Na morada nova, o olhar se assenta lânguido pelos azulejos claros, enquanto pregos procuram paredes, querendo provocar corpo e identidade.
Rodapé florido de livros e discos, disso que infinitamente alimenta espíritos. Tapete é retalho de lençol: aquele, das camas de outrora. Presente-baú divide o espaço pequeno de abrigar inquietude e sossego a um só tempo, de um gole, Só. Silêncio respeitoso pra ouvir Belchior e Baleiro dizerem de corações selvagens, disritmias, noites e quintais.
Hoje, na morada minha, amor que ja se erguia imenso (e egoísta), agora mais feliz pela palavra de um poeta que pré-sente vida n’almalheia. Imensa.
Gracias, Sandoval Fagundes.
Laurita Dias
Vigília
a insônia sabatina a noite
sobre a solidão dos não morados
pergunta-lhes sobre o sentido da vida
exposto no tapete azul do silêncio
Sandoval Fagundes, sábado, 11 de junho de 2011
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